domingo, 24 de abril de 2011

A Estrada (The Road)

Direção: John Hillcoat
Elenco: Viggo Mortensen, Kodi Smit-McPhee, Robert Duvall, Guy Pearce, Molly Parker, Michael K. Williams, Charlize Theron.

Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico, onde grandes catástofres vem acontecendo no planeta Terra, dois sobreviventes, pai (Viggo Mortensen) e filho (Kodi Smit-McPhee) buscam desesperadamente chegar ao litoral mas, o que eles não imaginavam é que iriam encontrar grandes desafios e que a cada passo o ambiente ficaria ainda mais hostil onde todo o cuidado é pouco.



Gostaria de  primeiramente alertar a todos que as opiniões que irei expor a seguir não passam de minha própria visão sobre o filme, não sendo portanto uma verdade absoluta. É um mero olhar de uma eterna amante do cinema de um filme que recomendo a todos.


       Assistindo hoje pela segunda vez "A Estrada", pude perceber detalhes que não enxerguei em um primeiro vislumbre. Não se trata de um mero relato apocalíptico,  mas de uma obra profunda, sensível e capaz de comover pelo modo como é abordada.
       Com uma excelente fotografia, o filme alterna cenas entre o presente (o mundo completamente devastado) e o passado (sonhos em que o personagem principal relembra momentos com sua esposa). A visão que nos é passada da Terra é de um local sujo, arrasado, vil e cheio de armadilhas (provocadas pelos próprios seres humanos sobreviventes). 
       E digo que se trata de uma obra muito perspicaz por possuir extrema semelhança à vida no mundo atual e pelo modo desesperançoso como ela tem sido vista pela sociedade.
       Isso nos é passado de forma extremamente simbólica; claro que não vivemos em um universo deserto, com medo de sermos mortos por canibais a qualquer momento, mas de certa forma é como muitas vezes enxergamos a nossa existência. Uma sociedade em que não se pode confiar em ninguém e que "os homens bons" são raros. 
       Acredito que o filme conseguiu passar sua crítica (mesmo que sutil aos olhos de alguns) à sociedade má em que vivemos, à forma imunda que acabamos tomando, ao imenso vazio que é a vida das pessoas (como um mundo acabado, destruído, sujo, mal), em que a falta de perspectiva é tamanha que a melhor saída para alguns é a própria morte. É como se o filme retratasse nossa própria vida, o mundo em que vivemos, a sociedade mórbida a que nos curvamos, só que de uma forma muito mais catastrófica, claro. Talvez por isso nenhum personagem possua nome, por ser algo que poderia se passar com qualquer um de nós. Qualquer pai e filho, qualquer mãe, qualquer um, quando exposto a situações difíceis.
       
      Viggo Mortensen e Charlize Theron em uma das cenas que antecede os acontecimentos catastróficos.

       Viggo Mortensen brilha mais uma vez em seu papel e o pequeno Kodi consegue emocionar com sua atuação. Um detalhe também para as cenas com o "idoso", personagem de Robert Duvall (completamente irreconhecível) e aos diálogos subjetivos expostos nelas.
       O filme, que  é baseado no livro de Cormac McCarthy, é muitas vezes taxado como ficção e até mesmo aventura. Pena que produções com tamanha profundidade tenham tão pouco reconhecimento entre o público em geral.

2 comentários:

  1. Adorei como expôs tua critica ;D
    Vou até assistir o filme, agora.
    Vejo uma ótima escritora aqui *--*
    Parabéns, Dééia.
    Teu blog tá lindo, e já sigo.

    beijo

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  2. Fêê, muito obrigada!
    Acredito que você vai gostar bastante do filme : )
    Assim que assistir, vou gostar de ouvir sua opinião.
    Brigadão, vc é sempre bem-vinda!

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