terça-feira, 26 de abril de 2011

The Pierces

       The Pierces é uma banda de New York cujos membros principais são as irmãs Catherine Pierce e Allison Pierce, originárias de Birmingham, Alabama.
       Tá, mas o que há de tão interessante nessas duas irmãs que me faz redigir um post a essa hora?


       Você já deve ter ouvido algumas de suas canções que ganharam repercussão como "Secret", que é  tema de abertura da série Pretty Little Liars e faz parte da trilha sonora de Gossip Girl.
       Mas não é isso que as torna tão encantadoras aos meus olhos. Acredito que a maior parte desse mérito seja devido ao estilo incomum de suas músicas. É com uma mistura de folk/pop rock/ alternativo que atraem a atenção de diversos tipos de público.
       Com refrões do tipo "chiclete", um ritmo (oras regado a folk rock, oras tipicamente circence) contagiante e uma sensualidade indiscutível elas mostram que ainda se pode fazer música de qualidade sem apelar para o vulgar como muitas das cantoras modernas.

"(...)Nada nos excita
mais
Ninguem nos mata
mais
A vida é uma "obrigação"
Quando é
Entediante.

Garoto sexy
Garotas com garotas
Manage trois (relação à três)
Entediante.
Maconha
Cocaína
Heroína
Entediante.(...)"

Uma evidência disso pode ser vista na música "Boring", em que as moçoilas satirizam a vida de celebridades com uma letra polêmica, um clima caliente e esbanjando sensualidade durante todo o clipe sem precisarem se expor ao ridículo de tirarem a roupa ou dançarem seminuas para isso.




Lindas e fatais. Alguém resiste ao charme dessas duas belas moças entediadas ?

domingo, 24 de abril de 2011

Jamie Cullum - Live at Blenheim Palace



Jazz.
Um palácio na Inglaterra reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade.
Um público claramente formado em sua maioria pela elite tradicional britânica.


       Até aí suponho que você imagina se tratar de um concerto de jazz em sua forma clássica. Mas definitivamente não é disso que estamos falando.
       Jamie Cullum, pra quem ainda não conhece, é um cantor e pianista de jazz contemporâneo inglês de 31 anos (e de jeito e aparência muito mais jovens) reconhecido por sua inovação nesse gênero musical. Desde seu primeiro álbum (Heard It All Before), além de cantar músicas de própria autoria, ele vem recriando canções de grandes nomes do jazz como Frank Sinatra de uma maneira moderna, mas sem perder o toque original. E dá certo.




       Podemos comprovar o resultado de seu trabalho nesse documentário gravado no Blenheim Palace em 2004. Diante de milhares de pessoas da alta sociedade inglesa, o cantor com jeito de menino (visivelmente à vontade - de All Star, camiseta e uma calça surrada) arrebata o público. Ele comanda o espetáculo de forma natural e espontânea do início ao fim demonstrando total harmonia com o piano. Harmonia mesmo, já que ele pode ser visto embaixo dele, dançando sobre sua tampa, ou até mesmo em seu interior (utilizando-o como um instrumento de percussão).








       Não bastando tudo isso, apesar de não ofuscar o talento nato de Cullum, sua equipe regular de músicos são brilhantes e muito bem escolhidos. Entre cada conjunto de músicas no DVD, há uma seleção documentada mostrando um pouco mais sobre o início da carreira do cantor, turnês, entrevistas, entre outras coisas. Nos extras, clips e canções ao vivo em diferentes lugares.
       Enfim, um DVD que vale a pena ser adquirido. E merece com toda certeza ser visto e revisto. E visto de novo.


Só pra vocês terem uma vaga idéia do belíssimo local onde se passa o show.



"Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é."


Trecho de "O Monge e o Executivo" de James C. Hunter.

Desejo a você...


"Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu."



Carlos Drummond de Andrade

A Estrada (The Road)

Direção: John Hillcoat
Elenco: Viggo Mortensen, Kodi Smit-McPhee, Robert Duvall, Guy Pearce, Molly Parker, Michael K. Williams, Charlize Theron.

Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico, onde grandes catástofres vem acontecendo no planeta Terra, dois sobreviventes, pai (Viggo Mortensen) e filho (Kodi Smit-McPhee) buscam desesperadamente chegar ao litoral mas, o que eles não imaginavam é que iriam encontrar grandes desafios e que a cada passo o ambiente ficaria ainda mais hostil onde todo o cuidado é pouco.



Gostaria de  primeiramente alertar a todos que as opiniões que irei expor a seguir não passam de minha própria visão sobre o filme, não sendo portanto uma verdade absoluta. É um mero olhar de uma eterna amante do cinema de um filme que recomendo a todos.


       Assistindo hoje pela segunda vez "A Estrada", pude perceber detalhes que não enxerguei em um primeiro vislumbre. Não se trata de um mero relato apocalíptico,  mas de uma obra profunda, sensível e capaz de comover pelo modo como é abordada.
       Com uma excelente fotografia, o filme alterna cenas entre o presente (o mundo completamente devastado) e o passado (sonhos em que o personagem principal relembra momentos com sua esposa). A visão que nos é passada da Terra é de um local sujo, arrasado, vil e cheio de armadilhas (provocadas pelos próprios seres humanos sobreviventes). 
       E digo que se trata de uma obra muito perspicaz por possuir extrema semelhança à vida no mundo atual e pelo modo desesperançoso como ela tem sido vista pela sociedade.
       Isso nos é passado de forma extremamente simbólica; claro que não vivemos em um universo deserto, com medo de sermos mortos por canibais a qualquer momento, mas de certa forma é como muitas vezes enxergamos a nossa existência. Uma sociedade em que não se pode confiar em ninguém e que "os homens bons" são raros. 
       Acredito que o filme conseguiu passar sua crítica (mesmo que sutil aos olhos de alguns) à sociedade má em que vivemos, à forma imunda que acabamos tomando, ao imenso vazio que é a vida das pessoas (como um mundo acabado, destruído, sujo, mal), em que a falta de perspectiva é tamanha que a melhor saída para alguns é a própria morte. É como se o filme retratasse nossa própria vida, o mundo em que vivemos, a sociedade mórbida a que nos curvamos, só que de uma forma muito mais catastrófica, claro. Talvez por isso nenhum personagem possua nome, por ser algo que poderia se passar com qualquer um de nós. Qualquer pai e filho, qualquer mãe, qualquer um, quando exposto a situações difíceis.
       
      Viggo Mortensen e Charlize Theron em uma das cenas que antecede os acontecimentos catastróficos.

       Viggo Mortensen brilha mais uma vez em seu papel e o pequeno Kodi consegue emocionar com sua atuação. Um detalhe também para as cenas com o "idoso", personagem de Robert Duvall (completamente irreconhecível) e aos diálogos subjetivos expostos nelas.
       O filme, que  é baseado no livro de Cormac McCarthy, é muitas vezes taxado como ficção e até mesmo aventura. Pena que produções com tamanha profundidade tenham tão pouco reconhecimento entre o público em geral.