segunda-feira, 23 de maio de 2011

10 Coisas que Eu Odeio em Você (10 Things I Hate About You)

            Mais uma vez ressaltarei o fato de que esta é uma visão minha sobre a obra em questão, não sendo uma análise única, mas sim pessoal. 

Direção: Gil Junger
Elenco: Heath Ledger, Julia Stiles, Larisa Oleynik, Joseph Gordon-LevittLarry Miller, David Krumholtz

Sinopse: "A situação está tensa na cada dos Stratford. Bianca (Larisa Oleynik) não vê a hora de arranjar um namorado, mas seu pai (Larry Miller) não permite que ela saia com garotos. Após muita insistência, o pai toma uma resolução: Bianca pode namorar, desde que sua irmã, Katharina (Julia Stiles), namore também. Só que Katharina é uma verdadeira megera, que não tem amigos na escola nem em lugar algum. Para resolver a questão, Cameron (Joseph Gordon-Levitt), apaixonado por Bianca, resolve custear Patrick Verona (Heath Ledger) na tentativa de fazer com que Katharina se apaixone por ele."

       Ok. "Dez Coisas que Eu Odeio em Você" não é o melhor roteiro já adaptado, nunca concorreria a um Oscar e tampouco é aclamado pela crítica. Mas é um dos maiores exemplos dessa categoria de filmes que acabam sendo um ótimo entretenimento, muito bem aceitos pelo público e consequentemente, sucesso de bilheterias.
       O romance, que na verdade é uma adaptação da famosa obra de William Shakespeare "A Megera Domada", foi um impulso para a carreira dos protagonistas Heath Ledger (que posteriormente provou seu talento como o Coringa em "Batman - O Cavaleiro das Trevas") e Julia Stiles. Repleto de referências à cultura moderna e citações literárias, o filme se tornou um clássico das comédias românticas da Sessão da Tarde.  

Elenco principal de 10 Coisas que Odeio em Você (1999)
       
       É interessante notar também as diversas alusões ao renomado autor da obra original como o sobrenome das duas irmãs Bianca e Katharina, Stratford (Shakespeare nasceu em Stratford-Upon-Avon) ou o nome da escola em que os personagens estudam (Padua), que é o mesmo da cidade onde se passa "A Megera Domada".
       Bom; referências à parte, além de um romantismo sarcástico e repleto de humor negro não posso deixar de citar a musicalidade genial que acompanha tudo isso perfeitamente. A trilha sonora original foi lançada pouco depois do filme e é excelente, apesar de não conter "Can't  Take My Eyes Of You" originalmente cantada por Frankie Valli. 

 Faixas

  1. "I Want You to Want Me" - Letters To Cleo
  2. "FNT" - Semisonic
  3. "Even Angels Fall" - Jessica Riddle
  4. "I Know" - Save Ferris
  5. "New World" - Leroy
  6. "Saturday Night" - Ta-Gana
  7. "The Weakness In Me" - Joan Armatrading
  8. "Atomic Dog" - George Clinton
  9. "Dazz" - Brick
  10. "War" - The Cardigans
  11. "Wings Of A Dove" - Madness
  12. "Cruel To Be Kind" - Letters To Cleo
  13. "One More Time" - Richard Gibbs

       Para relembrar um pouco, eis a inesquecível cena do nosso saudoso Heath Ledger  cantando "Can't  Take My Eyes Of You"nas arqibancadas do colégio.


       E aos que nunca assistiram ao filme, me perdoem o Spoiler, mas seria um pecado falar sobre esse filme e não mostrar a cena em que Katharina finalmente lista em um belo poema as 10 coisas que odeia nele:


Nada como ver a megera finalmente domada. :)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Coração Aprisionado

Aqui estou eu.
Neste quarto cheio de lembranças,
fraquezas e inseguranças
depositadas inutilmente em meu ingênuo coração.
E então percebo
que estou, de novo,
remoendo as mágoas de um passado que talvez eu nem tenha vivido.
Você parece ter se esquecido,
mas eu me lembro de tudo.


Ando pelas ruas
mas não saio deste lugar,
onde suas mentiras eram sem importância
e nossos sonhos, imaculados.
O que fazer agora que percebi
que a verdade é muitas vezes mais cruel que
a nossa própria ignorância ?
Eu não pedi pra ser assim,
mas um dia teria mesmo que abrir os olhos
para a realidade ao meu redor.


Não adianta mais implorar.
Estou farta de esperar por você.
De te amar tantas vezes
e receber apenas sentimentos temporários.
Poupe seu tempo
pois o meu, eu já perdi
nos vãos momentos que passei pensando em você.
Me deixe de vez...
Talvez assim eu possa sair desta cela que se tornou minha existência.
Me poupe ao menos uma vez
de ouvir suas palavras vazias
e suas demonstrações de afeto tão banais...
Me dê uma única chance de tentar viver novamente.



domingo, 15 de maio de 2011

Dexter


"Se eu acreditasse em Deus,
se eu acreditasse em pecado,
este é o lugar onde eu seria
sugado direto para o inferno.

Se eu acreditasse em inferno."


Dexter 2ª temporada / Episódio 2 - (Pensamentos que lhe ocorrem ao entrar em uma igreja)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Life

Hoje, devido a circunstâncias nada agradáveis, senti necessidade de expor aqui algo mais pessoal, portanto, não se incomodem se eu acabar parecendo um tanto piegas.
Uma grande amiga teve ontem uma perda inestimável, talvez uma das piores que um ser humano pode sofrer, algo que ela nem ninguém deveria nunca passar...


Então esse post é para ela. É algo simbólico, já que não posso oferecer-lhe mais do que minhas humildes palavras. Por mais que queira, foi a única forma que encontrei de expressar meus sentimentos.


Em uma rápida reflexão sobre nossa existência, nada pude concluir além do fato de que ela passa rápido, e como !
A fragilidade da vida chega a ser assustadora, ainda mais quando passamos por algo que nos obriga a enxergar isso de todos os ângulos possíveis. Em um momento temos tudo: uma casa confortável, dinheiro no banco, uma família estruturada...e de uma hora para outra podemos não ter mais nada.


Acredito que perdemos um grande tempo de nossa  curta jornada com coisas banais, e que no fim para nada nos servirão. Perdemos tempo visando conquistas materiais, tratando uns aos outros de forma egoísta e irracional. E isso se torna tão cotidiano que nem percebemos que neste tempo poderíamos estar fazendo atos muito mais simples, mas de relevância muito maior.


De certa forma tocada por esta realidade medíocre da humanidade, faço um pedido, ou mais, um apelo para todos vocês; (por mais clichê que pareça) que aproveitem suas vidas como merecem ser aproveitadas...




Que pelo menos hoje, você não espere ninguém lhe dizer um "bom dia", para fazê-lo...
Que pelo menos hoje, você largue um pouco seu trabalho pra passar um dia no parque com seu filho...
Que pelo menos hoje, você sorria mais, 
abrace mais pessoas, 
brinque com seu cachorro, ria sozinho, cante no chuveiro, 
faça uma boa surpresa pra sua mãe,
dance ao ouvir sua música preferida,
ouça o barulho do mar,
se dê ao luxo de sonhar acordado,
pense menos em você e mais nas pessoas que almeja, 
tome sorvete sem medo de engordar, 
compre flores pra pessoa que você ama e diga "eu te amo" sem medo de não ouvir o mesmo...
E seja feliz acima de tudo...
E se der certo, não hesite em aplicar isso durante todos os dias do resto de sua vida.


Uma boa noite a todos.

Assassinos Por Natureza (Natural Born Killers)

Direção: Oliver Stone
Elenco: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr., Tom Sizemore, Rodney Dangerfield, Tommy Lee Jones


Sinopse: "Mickey Knox (Woody Harrelson) e Mallory Knox (Juliette Lewis) se uniram pelo desejo que um sente pelo outro e por amarem a violência. Eles mataram algumas dezenas de pessoas em 3 semanas, mas sempre deixam alguém vivo para contar quem fez os crimes. Mickey e Mallory viram atração através da imprensa sensacionalista e o repórter Wayne Gale (Robert Downey Jr.), o principal responsável, os coloca no programa de televisão American Maniacs. Mesmo a captura deles pela polícia só aumenta a popularidade enorme dos criminosos, o que motiva Gale em transformar tudo num grande circo."

         Devo ressaltar mais uma vez a todos que no texto a seguir não tento impor minha opinião a ninguém, se trata apenas de minha própria visão desta obra.

       Depois de filmes como Platoon, Nascidos em 4 de Julho e The Doors, havia uma grande expectativa em cima do diretor Oliver Stone, extremamente elogiado pela crítica e pelo público. Anos depois, em 1994, é a vez de Assassinos Por Natureza entrar na lista de realizações de Stone.
       Com um roteiro ácido e bem trabalhado, um ótimo elenco e um grande trabalho de edição, essa tinha de tudo para ser a obra prima do cineasta. No entanto, não foi isso que aconteceu.
       Aqui o diretor demonstra claramente sua insatisfação com os Estados Unidos, criticando a mídia perigosa, o falso sensacionalismo em torno de certas situações, a acomodação e até mesmo a aceitação do povo quanto a tudo isso. Mas parece se perder no caminho. Ao invés de trazer o público a uma reflexão, se prende em uma trama que aparenta ter como único objetivo chocar. E choca alguns, realmente, mas só.
       Isso se deve a alguns fatores cruciais, como a repetição excessiva de certas situações somadas à atuação enjoativa de Juliette Lewis, que torna grande parte das cenas protagonizadas por ela decididamente enfadonhas. Mas nada se compara ao fator chave que é a quantidade exorbitante de cortes durante a película, capaz de deixar qualquer um com dor de cabeça. Afinal mais de 3.000 cortes em uma hora e meia de duração é realmente necessário? Neste caso é visível que não.

O casal protagonista Mickey e Mallory
       O que consegue salvar o filme de um possível fracasso (além do argumento inicial) é a maravilhosa atuação de Woody Harrelson como o insano assassino Mickey Knox. Ele é capaz de trazer uma incrível naturalidade ao papel, tornando a cena em que admite ao vivo ser um "assassino por natureza"  de fato a melhor parte de todo o filme. Do restante do elenco não há muito o que se dizer, apenas que, por se esperar muito de atores como Tommy Lee Jones e Robert Downey Jr., seus papéis se mostram tão razoáveis a ponto de se tornarem mais uma decepção.
       Não desmerecendo os trabalhos e técnicas de Stone, mas este quarto roteiro do mestre Tarantino teria ficado muito melhor se dirigido por ele mesmo. Não restam dúvidas.

domingo, 8 de maio de 2011

"- Hold me...
- I can't."

Cena de Edward Mãos de Tesoura (1990) - Johnny Depp e Winona Ryder

A Marca de Uma Lágrima - Pedro Bandeira

       Sabe aquelas leituras que marcam a infância ou pré adolescência de qualquer pessoa? Esse livro é uma delas pra mim. Foi um marco para os meus 12 anos, de alguma forma eu  me identificava com a história. Obviamente, lendo hoje não sinto mais o mesma paixão de anos atrás, mas não deixa de ser uma bela narrativa, e que muitas escolas utilizam como conteúdo didático.


   
       O livro conta a história de Isabel, uma garota de 14 anos muito inteligente mas que carrega consigo todos os medos, decepções e inseguranças típicas dessa idade que a fazem crer cegamente ter encontrado em seu primo Cristiano o amor de sua vida. Seu dia-a-dia então passa a girar em torno dessa paixão platônica, em que ela escreve belos poemas expondo todos os seus sentimentos ocultos por seu primo.O mesmo no entanto nutre uma paixão por sua melhor amiga Rosana. Dividida, Isabel passa a mandar seus poemas para os dois sem que ambos soubessem de sua autoria.
      No meio dessa paixão obsessiva, a garota deixa passar despercebidos os sentimentos de Fernando (um rapaz de sua escola) por ela. A história toma um rumo diferente a partir do suicídio da diretora. Isabel passa a correr risco de vida por ter sido testemunha desta morte que poderia ter sido na verdade um assassinato. Com um final surpreendente, a história mistura um romance atípico a um clima de suspense um tanto policial.
       Pedro Bandeira utiliza uma linguagem culta e ao mesmo tempo popular, o que torna o livro uma leitura deliciosa.
       
       Abaixo, um dos meus diálogos preferidos:


"- Oi, sou Fernando, e você?
- Eu ? Sou a Ilusão...
- É um nome estranho pra quem está sozinha... A ilusão nunca está sozinha...
- Pode me chamar de cretina então, é meu apelido.
- Cretino é aquele que crê em tudo o que ouve. Você acredita em tudo ?
- Não. Só naquilo que me ilude.
- Acreditaria se eu dissesse que é a garota mais bonita da festa ?
- Não. Eu diria que está me gozando e o esbofetearia.
- Seria uma nova experiência ser esbofeteado por uma ilusão.
- Ou por uma cretina...
- Você tem resposta pra tudo, não é ?
- Só pra quem tem pergunta pra tudo."